Evento regional reúne amantes da dança em Parauapebas
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Ensaios em chão improvisado na frente da Igreja Católica, na Praça São Félix |
No último
final de semana, o Grupo Dança de Rua formado por quatro jovens de Marabá foi
ao município de Parauapebas, onde houve a 5º edição do Parauabreak. Eles
partiram na sexta-feira (22), com retorno programado para segunda-feira (25), a
fim de participar da competição. Durante entrevista, o quarteto abordou alguns
dos desafios por amor ao movimento Hip Hop.
O grupo dança
Break e tem a mesma formação há 4 anos. Por não ter patrocinadores fixos,
bancam as passagens, alimentação e demais necessidades.
Robson
Lisboa, 20 anos, é estudante ultimoanista na Escola Estadual Anísio Teixeira. Ele
faz curso técnico em segurança no trabalho no SENAI e comenta o objetivo dessa
viagem.
“A gente
sempre viaja pra representar o nome da cidade e mostrar à sociedade aqui, e em
todo Pará, que a juventude não está só dispersa fazendo coisas erradas, mas tem
uma parte dessa galera que faz coisas boas”, afirma.
Ele diz ainda
que, para o quarteto, o desejo de trazer títulos para a cidade é a grande
motivação. E responde por que o gosto pela dança?
“Vejo a dança
como um refúgio, às vezes, para não ser soterrado pelos problemas ou me
divertir mesmo. Eu amo fazer isso e foi o que me tirou até de coisas que
poderiam ter tirado a minha vida. Além disso, é saudável não só para o corpo
mas para a alma”, pontua.
André de
Souza Araújo, também estudante, dança há mais tempo que os amigos, desde 2007,
e já passou por vários grupos na linha Hip Hop.
“A dança vem
abrindo portas, expandindo minha mente. Ela nos dá uma forma diferente de conhecimento”,
cita.
Renan
Martins, 16, estudante da Escola Estadual Doutor Geraldo Veloso, conheceu o
estilo de dança por meio de um dos amigos, Robson. Ele comentou como é a
preparação para apresentações e competições.
“Treinamos
todos os dias. Geralmente, à noite, aqui mesmo na Praça São Félix. Mesmo sem apoio de
empresários e políticos, estamos na luta”, detalha, sendo complementado por
Lisboa que explica o material de som e o chão adaptado para coreografia ficam
por conta deles, enquanto o público que passa em frente a Igreja Católica
assiste e elogia o trabalho.
O mais novo
membro é Will Souza Almeida, 16, que estuda da Escola Municipal Heloísa de
Souza Castro, fala que já tinha experiência em coreografia e migrou para o
Break.
“Nós vamos dá
o nosso melhor lá no Peba. É a arte do movimento, a gente sente a dança dentro
de nós”, enfatiza.
OBSTÁCULOS
Marabá ainda
não possui locais com infraestrutura própia aos jovens que gostam de dançar ao ar livre. O grupo
reivindica que espaços públicos como as praças sejam planejadas com pistas de
dança, apropriadas à manifestações do Hip Hop.
“Inclusive,
vamos nos reunir para tentar elaborar um piso aqui na praça, para evitar a
gente se machucar. Cidades como Belém, São Domingos, Goianésia e Parauapebas
tem esses ambientes”, observa Lisboa.
Para os
jovens de Marabá, a cada ano o Parauabreak, que é organizado por Marcos Play, aumenta
em público, nível e premiação. Em 2013, os campeões levavam R$ 3 mil, já em neste
ano o valor subiu para 5 mil. A disputa
veria entre as modalidades individuais e coletivas, e por isso reúne dançarinos
de todo o Pará.